Escolhido pelo PSDB para ser o candidato a vice-presidente na chapa de José Serra, o senador paranaense Alvaro Dias já foi persona non grata dentre os tucanos. Ele chegou a ser expulso do PSDB em 2002, depois de assinar como senador o requerimento pela abertura da CPI da Corrupção durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
A CPI investigaria suspeitas de irregularidades na gestão FHC. Alvaro, então, migrou para o PDT junto com o irmão, Osmar, que na época também era senador e que igualmente assinou a criação da CPI. Osmar ficou no PDT. Mas Alvaro voltou ao PSDB anos depois.
Posto mais importante
O posto de vice-presidente da República, numa eventual vitória de José Serra (PSDB), será o mais importante nos 42 anos da trajetória política de Alvaro Dias. Alvaro ocupou todos os cargos possíveis no Legislativo – como vereador, deputado estadual, deputado federal e senador, e postos de destaque no Executivo, como governador e presidente de estatal. Só não se candidatou a prefeito. Até presidente da República tentou ser, em 1989, mas perdeu a convenção do PMDB para Ulysses Guimarães.
Alvaro nasceu na cidade paulista de Quatá, mas foi criado em Maringá. Como estudante de História na Universidade Estadual de Londrina, teve o primeiro contato com movimentos políticos. Aos 24 anos foi eleito vereador em Londrina. A carreira teve ascensão rápida e, ao fim do primeiro mandato, foi eleito deputado estadual. Ficou na Assembleia Legislativa apenas por quatro anos, pois se candidatou, e foi eleito, para o cargo de deputado federal. Depois de dois mandatos na Câmara, se lançou ao Senado, sendo eleito em 1982.
Foi governador do Paraná entre 1987 e 1991. Foram deste período os momentos mais marcantes na biografia de Alvaro Dias. Como governador, Alvaro é lembrado pela ênfase na pavimentação de rodovias – obras até hoje identificadas por monumentos de concreto com o símbolo de seu governo.
“Ele também acaba sempre lembrado pelo episódio da violência contra os professores”, destaca o cientista político Ricardo Costa Oliveira. O confronto entre policiais a cavalo e professores, que protestavam em frente ao palácio de governo, em Curitiba, em agosto de 1988, representa uma mancha que mesmo os pedidos posteriores de desculpa não puderam apagar completamente.
Alvaro tentou ser governador novamente em duas ocasiões: em 1994, perdendo a disputa para Jaime Lerner, e em 2002, quando foi derrotado por Roberto Requião. Ocupou a presidência da Telepar entre 1996 e 1997 e depois voltou ao Senado, com vitória nas eleições de 1998 e 2006.
Teve participação marcante em comissões parlamentares de inquérito (CPIs), como a do Futebol, da Terra, das ONGs, dos Bingos e dos Correios. Em 1991, divergências o afastaram do PMDB, partido em que se manteve por 15 anos. A partir de então, ajudou a fundar o PST, migrou para o PSDB, PDT e, finalmente, voltou ao PSDB.
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